terça-feira, 29 de setembro de 2015

Assembleia decide encerrar a greve docente na UFF no dia 5


Maioria dos professores referendou proposta do Comando Local de Greve; mobilização continua e nova assembleia acontece no dia 6

A paralisação na Universidade Federal Fluminense (UFF) chega ao fim na próxima segunda (5), após quatro meses de greve dos professores na instituição. A decisão foi fruto de assembleia geral da categoria, realizada nesta terça-feira (29), que contou com a participação de 576 professores, uma das maiores da história do sindicato. A proposta foi encaminhada pelo Comando Local de Greve, que defendeu encerrar a paralisação na UFF no dia 5 de outubro, com reposição das aulas.

Carta do CLG entregue aos professores observa que o término do movimento grevista não significa suspender a mobilização. Avalia que a greve cumpriu um importante papel de combater o ‘ajuste fiscal’, que retira recursos das universidades, e de denunciar os graves problemas nas condições de trabalho nos campi de Niterói e de fora da sede. Além de pressionar o Ministério do Planejamento nas negociações salariais, que, se não obteve avanços significativos, ao menos fez o governo recuar na sua política de reajuste zero. Também critica a postura do governo de se recusar a efetivamente negociar a pauta de reivindicações específicas e o reitor da UFF por não receber os comandos de greve.

O documento que avaliava a necessidade de encerrar a paralisação também mencionava a importância do movimento nesses quatro meses. “Na UFF, a greve tem nos possibilitado um momento único de reunião de centenas de professores em assembleias gerais, realização de muitas atividades de greve em todos os espaços da universidade e articulação de professores das diversas unidades e diversos campi – conhecendo e combatendo melhor os graves problemas pelos quais já passavam diversos desses espaços, em função da forma precarizada como se deu a expansão e que foram agravados pelos cortes recentes de verbas orçamentárias”, diz trecho da carta.
    
Os debates explicitaram algumas divergências em relação ao fim do movimento na UFF. Houve quem apontasse a necessidade de manutenção na greve por mais uma semana, defendendo esse instrumento de pressão sobre o governo, que se reunirá com o Andes-SN, no dia 5. O ministro Renato Janine, da Educação, só aceitou receber o Sindicato Nacional na próxima semana após o Comando Nacional de Greve ocupar o prédio do ministério por cinco horas, no último dia 24 de setembro.

Outros professores criticaram a greve e defenderam o retorno imediato às atividades. Entretanto, a proposta vitoriosa foi encaminhada pelo Comando Local de Greve, que defendeu encerrar a paralisação docente na UFF no dia 5 de outubro.
Duas votações sobre a greve foram procedidas. A primeira considerou a manutenção ou a saída da greve, contando com 464 votos pelo encerramento da paralisação, 94 pela permanência, e nove abstenções. A segunda determinou o momento de retorno às aulas: 271 professores aprovaram a retomada das atividades acadêmicas no próximo dia 5; enquanto 208 defenderam a volta imediata às atividades.

Outros encaminhamentos aprovados:

1) Indicar ao Comando Nacional de Greve a saída unificada de greve na semana de 05 a 09 de outubro;
2) Transformar o Comando Local de Greve em Comando Local de Mobilização;
3) Manter a Assembleia Geral Permanente;
4) Realizar ato na tarde do dia 5 de outubro, às 15h, na Praça Arariboia, convidando representações de todas as entidades e movimentos que participaram das mobilizações conosco;
5) Indicar ao Comando Local de Greve a elaboração de uma proposta de calendário de reposição ao CEP que garanta aos estudantes o direito à reposição integral das aulas interrompidas (na graduação e na pós-graduação) pela greve e leve em conta as especificidades do Coluni e das diferentes situações dos campi fora da sede;
6) Intensificar a pressão junto aos deputados federais e senadores, nos estados e no Congresso Nacional, pela rejeição da PEC 395/2014 (autoriza cobranças de mensalidades na pós-graduação);
7) Construir ações unificadas de luta com o conjunto dos SPF contra a PEC 139/2015 (fim do abono permanência) e a suspensão dos concursos públicos, inclusive sob a forma de pressão junto aos deputados federais e senadores;

8) Nova Assembleia Geral dia 06 de outubro. Local e horário serão posteriormente definidos.

10 comentários:

  1. Obrigada! eu já estava quase morrendo de saudades! Amo a UFF...com seus problemas e seja lá o que for! ♡♡

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Finalmente esse movimento grevista CRIMINOSO (lembremos do episódio em que houve a invasão da reitoria da UFF) pautou-se pelo bom senso e decidiu pelo fim da greve. Venceram os alunos, que eram, como decorrência direta dessa greve, impedidos de exercer um dos direitos mais básicos constantes de nossa Constituição Federal, qual seja, o NOBRE exercício do direto à educação.

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  4. Fico feliz que a greve tenha acabado, mas o mais importante é o comando de greve divulgar quais as conquistas adquiridas com quase 4 meses de paralisação. Só nós que participamos do dia-a-dia na uff sabemos os problemas acarretados pelo ajuste fiscal e os cortes na educação, porém neste momento a manutenção da paralisação nos faria perder mais, fico feliz com a sensatez da maioria dos nossos mestres .

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  5. Show, vamos agora assistir aula sem luz, sem comida, sem onibus, sem biblioteca, prédio desabando... mas isso não importa, a cantareira ta lá esperando.

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  6. Alguem sabe informar quando será a matrícula dos novos alunos?

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    1. Provavelmente assim que os técnicos terminarem a greve. Pq eu acho que aa matrícula é feita por eles. Não sei ao certo...

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    2. Provavelmente assim que os técnicos terminarem a greve. Pq eu acho que aa matrícula é feita por eles. Não sei ao certo...

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    3. Respondendo melhormente, tecnicamente falando será só no ano que vem kkkk

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